OPINIÃO


LUCAS VILLIGER




​Pesquisas eleitorais: incompetência ou desonestidade?


Pesquisas de intenção de votos têm festival de erros durante as eleições de 2022.

Adicionado em 06/10/2022 às 08:16:24

As pesquisas eleitorais cometeram diversos erros antes do primeiro turno das eleições de 2022, causando revolta por diversas pessoas em todo o Brasil. Muitos acreditam que as pesquisas têm capacidade de influenciar o voto dos eleitores, sendo assim carregam uma grande responsabilidade na hora de sua divulgação.

Os erros foram graves esse ano. Praticamente todos os institutos de pesquisas erraram feio, passaram muito longe do resultado real das urnas. Uma pesquisa insana da Ipec publicada pelo grupo Globo no dia 01 de outubro mostrou a gravidade dos erros. A pesquisa tinha como resultado 51% das intenções para Lula e 37% para Bolsonaro, uma diferença de 14 pontos entre eles (margem de erro de 2 pontos).

A realidade, por sua vez, mostrou um cenário completamente diferente, onde Lula obteve 48,4% e Bolsonaro 43,2%, uma diferença de apensas 5,2 pontos. Todas as pesquisas erraram, a Ipec, Datafolha, Ipespe e Quaest foram as empresas que passaram mais vergonha, colocando uma diferença de 14 a 11 pontos entre os candidatos. A Paraná Pesquisas foi o instituto que mais próximo ficou da realidade, tendo uma diferença de 7,1 pontos entre Lula e Bolsonaro.

Os institutos e alguns cientistas políticos tentam explicar esse fenômeno com o “voto útil”, dizendo que os eleitores que teriam no Ciro e na Simone sua primeira opção, migraram para Bolsonaro no último dia. Faz-me rir, explicação simplista, só um ingênuo acredita que milhões de pessoas em uma grande proporção mudaram o voto no último momento.

Mas vou além para derrubar essa tese. O que aconteceu com as pesquisas a nível estadual beira a criminalidade, de tão gritante que foi o erro. No estado de São Paulo, por exemplo, a pesquisa Ipesp publicada no dia 30 de setembro, tinha Haddad com 41% das intenções e Tarcísio com 29%. A pesquisa não errou somente a diferença, mas também a ordem dos candidatos. Nas urnas, Tarcísio obteve 42,3% e Haddad 35,7%. Não preciso comentar mais nada.

Em Santa Catarina, a pesquisa de intenção de voto para o senado publicada pela Ipec no dia 30 de setembro, colocava Raimundo Colombo com 31% e Jorge Seif com 19%. Nas urnas, Seif foi eleito com 39,7%, com Raimundo ficando com somente 16,3% dos votos. Eu poderia mostrar inúmeras outras pesquisas nos mais diversos estados, porém o texto ficaria muito grande. Sendo assim, a explicação do 'voto útil' caiu por terra, pois até as pesquisas estaduais erraram de maneira espalhafatosa. 

A revolta de grupos políticos e pessoas públicas foi tamanha, que o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) apresentou um pedido de investigação contra os institutos de pesquisa. Segundo a pasta, há possíveis crimes na conduta dos institutos, acusados de manipular as pesquisas eleitorais no Brasil.

É comum as pesquisas errarem, porém, esses erros acontecem de maneira constante e de forma gritante. Em 2018 eles aconteceram e agora acontecem novamente. O curioso é que sempre erram em desfavor dos candidatos de Direita, justificando assim a revolta compreensiva dos conservadores brasileiros. Agora, por fim, os institutos terão que decidir. Ou admitem que foram ‘desonestos’ em suas metodologias ou admitem que não sabem fazer pesquisas. Em ambas as situações sugiro as mesmas soluções: que fechem as portas ou reavaliem seus métodos.

E você, me conta, o que você acha das pesquisas eleitorais? Você acha que elas podem influenciar o eleitor? E em sua opinião, por qual motivo elas erram tanto? Me conta nos comentários.




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