O Governo Federal deu um triste passo nesta semana. A defesa pela vida se distancia cada vez mais do nosso país, uma vez que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tomou uma atitude contrária as suas falas durante a campanha de 2022. Nesta terça-feira, 17, o Brasil de Lula se retirou do Consenso de Genebra, popularmente conhecido como Declaração Internacional Contra Aborto.
Mais de 30 países já assinaram a Declaração, visando a saúde da mulher, a defesa da vida e o fortalecimento da família.
Em entrevista para o Flow Podcast, no dia 18 de outubro de 2022, o então candidato Lula disse o seguinte: Sou contra o aborto, o aborto não é bom para o pai, para a mãe, para ninguém. Por mais que ele tenha afirmado que essa é uma opinião pessoal e quem deve decidir sobre isso é a Lei, a retirada do Brasil do Consenso de Genebra é de prerrogativa do presidente, através do Itamaraty, uma vez que não envolve o Poder Legislativo.
E mesmo se a decisão fosse amparada por Lei, o correto seria a permanência do Brasil na Declaração, uma vez que nosso país tem uma das legislações mais rígidas contra o aborto no mundo. Felizmente, a defesa da vida no Brasil começa na concepção e não após o nascimento, preservando assim o Artigo 5º da Constituição Federal, que garante o direito à vida.
Após algumas atitudes do Governo Federal, a Igreja Católica no Brasil, uma das instituições que mais defendem a vida em todos os seus sentidos, se manifestou contra essas decisões. Em nota, a Conferência Nacional dos Bispos no Brasil (CNBB) criticou as medidas de suposta flexibilização ao aborto do governo Lula, principalmente a revogação da portaria que estabelecia aviso às autoridades policiais em caso de aborto legal.
É preciso lembrar que qualquer atentado contra a vida é também uma agressão ao Estado Democrático de Direito e configura ataques à dignidade e ao bem-estar social diz a nota intitulada de A vida em primeiro lugar.
Porém, o caminho escolhido por Lula não é de se estranhar. Governos de Esquerda em todo o planeta costumam apoiar medidas e legislações abortivas. Nesta semana, a cidade de Nova York, do prefeito Eric Adams (Democrata), começou a ofertar pílulas abortivas gratuitamente. O intuito da cidade é ser um refúgio para mulheres que desejam abortar, uma vez que muitos estados americanos estão dando um passo importante e restringindo o aborto, tendo como prerrogativa a queda da Roe vs Wade (uma das leis mais permissivas de aborto do planeta).
Desde 1973, quando a Roe vs Wade foi aprovada, milhões de abortos foram realizados nos Estados Unidos, quando teve seu ápice na década de 1990, com 1,6 milhão de mortes. De acordo com o Instituto Guttmacher, em 2020, aproximadamente 930 mil bebês foram mortos através do aborto. Em termos de comparação, a maior cidade de Santa Catarina tem pouco mais de 600 mil habitantes.
Porém, muitos países estão evoluindo e tendo consciência de que o aborto não é bom para ninguém, como bem disse o presidente Lula. Porém, mais do que somente dizer, esses países estão fazendo, pois estão elaborando medidas de combate ao aborto e de proteção da vida. Em 2022, a Suprema Corte dos Estados Unidos derrubou a Roe vs Wade. Recentemente, a Espanha, a exemplo da Hungria, aprovou uma lei que convida as mulheres que pretendem abortar seus filhos a irem a um psicólogo, ouvir os batimentos cardíacos do embrião e fazer uma ultrassonografia em 3D.
Isso porque, segundo relatos, muitas mulheres desistem do procedimento após o ultrassom. A cantora Zezé Luz explanou sua inspiradora história no Especial de Natal do streaming da BP Select, onde comentou que sofreu um estupro, ficou grávida, realizou um aborto e se arrependeu profundamente. Minha vida naquele momento foi junto com a da minha filha, eu não tinha essa dimensão, eu não tinha informação, eu tinha 18 anos na época, lembro-me que chorei durante três dias e meio após o procedimento, explicou. Quando eu vi o que era um aborto, eu disse: mentiram para mim, não era um amontoado de células, não era um coágulo de sangue, era um ser humano, era uma pessoa, era minha filha, completou Luz.
Inclusive, Norma Leah McCorvey/Jane Roe, a mulher que protagonizou a ação judicial que abriu as portas para a aprovação da Lei Roe vs Wade, se arrependeu e mudou sua mente quanto ao tema, como declarou em sua biografia publicada em 1997:
Estava sentada nos escritórios da OR quando notei um cartaz de desenvolvimento fetal. A progressão era tão óbvia, os olhos eram tão doces. Doeu meu coração só de olhar para eles. Eu corri para fora e, finalmente, me dei conta. 'Norma', eu disse para mim mesma: 'Eles estão certos'. Eu trabalhei com mulheres grávidas durante anos. Eu já tinha passado por três gestações e partos. Eu deveria saber. No entanto, algo nesse cartaz me fez perder o fôlego. Continuei vendo a foto daquele pequeno embrião de 10 semanas e disse a mim mesma que é um bebê! É como se escamas caíssem dos meus olhos e eu de repente entendesse a verdade - isso é um bebê! Eu me senti esmagada pela verdade dessa percepção. Eu tive que enfrentar a terrível realidade. O aborto não era sobre 'produtos da concepção'. Não era sobre 'períodos perdidos'. Era sobre crianças sendo mortas no ventre da mãe. Todos esses anos eu estava errada. Assinando esse depoimento, eu estava errada. Trabalhando em uma clínica de aborto, eu estava errada. Nada mais dessa conversa de primeiro trimestre, segundo trimestre ou terceiro trimestre. O aborto - a qualquer momento estava errado. Foi tão claro. Dolorosamente claro. - Norma/Jane Roe
Muitas vezes, campanhas pró-aborto fazem as mulheres acreditarem que o feto não é um ser humano formado. Porém, de acordo com o ginecologista e obstetra Domingos Mantelli Borges, em entrevista para a Gaúcha ZH, os batimentos cardíacos de um bebê já são audíveis a partir da quinta semana de gestação com o uso do ultrassom.
Há quem diga que tempos difíceis virão com o novo Governo Federal, principalmente após as primeiras ações de Lula com somente 20 dias no governo. O mercado está reagindo mal, assim como outros setores. Mas como jornalista e cidadão, desejo sorte ao presidente, pois se ele fizer uma boa gestão, o Brasil como um todo reagirá bem. Porém, como colunista, elogiarei as boas ações e criticarei quando entender que o governo está errando, bem como fiz neste artigo.
O dia em que as pessoas perderem o horror pelo aborto será o dia mais terrível para a humanidade. - São Padre Pio
*Foto: Brasil Escola