No século XIX, inclusive, era comum as famílias fazerem a ‘perturbadora’ fotografia Pós-Morte, que é a arte de fotografar os mortos. Esse tipo de fotografia era uma maneira barata para as pessoas que não tinham muitas condições financeiras pudessem imortalizar seus entes queridos mortos, principalmente as crianças. E essa foto, muitas vezes, era o único registro fotográfico que a pessoa teria.

Os mortos eram simplesmente colocados em frente à câmera como se ainda estivessem vivos. E frequentemente bem-vestidos, para que parecessem bem em seu último “momento social”. (Foto: pais ao lado da filha morta).
Com o tempo, o custo da fotografia foi se tornando um pouco mais acessível, mas, ainda assim, durante grande parte do século XX não eram muitas as fotos que famílias comuns podiam tirar. Afinal, nem todos possuíam uma câmera fotográfica. As pessoas que tinham uma câmera enfrentavam o problema do custo para operá-la, ou seja, os filmes e a revelação das fotografias não era nada baratos.
Eu mesmo, nascido em 1996, tenho poucas fotos de quando era um bebê. Os tradicionais books de fotos das mamães grávidas, que são comuns hoje em dia, eram uma raridade há 30 anos. Somente as pessoas com mais condições tinham esse privilégio. É interessante notar como a era digital veio e transformou tão rápido a vida das pessoas.
No início do século XXI vimos a tendências das fotos em frente ao espelho do banheiro feitas com aquela peculiar câmera digital. Hoje, temos as famosas selfies tiradas por smartphones de última geração, que, com certeza, causariam inveja nos habitantes do passado. Alias, é possível tirar mil fotos antes de você escolher sua favorita para postar nos stories do Instagram. Que incrível!
São pequenas coisas que já fazem parte da nossa cultura, mas, às vezes, vale a pena refletimos como o capitalismo e o avanço da tecnologia democratizou as mídias digitais, proporcionando que pessoas comuns consigam tirar fotos, fazer vídeos, criar conteúdo e muito mais. Afinal, tem gente que melhorou sua condição financeira usando os meios populares de criação de conteúdo.
Com menos de míseros R$ 600,00 você consegue comprar um celular com uma boa câmera para eternizar seus momentos. Ou seja, com menos de um salário-mínimo uma pessoa humilde consegue eternizar os momentos de sua família para deixar registrado para as futuras gerações. Até a ‘nuvem’ e as redes sociais são “álbuns de fotografia” que ficarão para sempre, substituindo o caríssimo álbum de fotos impresso do passado.
Neste sábado, vamos fazer uma imersão no mundo da fotografia. O podcast Microfone Aberto receberá, nos estúdios da Rádio Rural, o fotógrafo Nélio Liotto. Se você gosta de boas histórias dos bastidores de um fotografo em casamentos, formaturas e aniversários esse episódio é feito para você. Neste sábado, às 19h, na Rural multiplataforma (Facebook e Youtube).