Durante dois anos, a acadêmica, da 9ª fase do curso de Arquitetura e Urbanismo da FACC – Faculdade Concórdia, Maiara Trojan, desenvolveu uma pesquisa sobre a evolução arquitetônica em relação à acessibilidade espacial do Parque de Exposições Attílio Fontana.
A acadêmica explica porque escolheu o Parque de Exposições como objeto de seu estudo. “A falta de acessibilidade não se refere apenas às pessoas com deficiências físicas, mas as pessoas idosas, gestantes, crianças. É preciso que elas possam agir livremente sem depender de apoio de outras pessoas. Escolhi o Parque porque é um local público onde acontece a maioria dos grandes eventos na cidade”.
A acadêmica conta quais foram os objetivos da pesquisa. “Esse estudo faz parte da Bolsa de Pesquisa do Artigo 171 onde desenvolvemos um projeto com o apoio da coordenadora de nosso curso, Professora, Mônica Lanziotti. Desde as primeiras Fenais e exposições o Parque não era adaptado para as pessoas portadoras de algum tipo de deficiência. Em 1980, o parque passou por uma grande reforma. Foram construídos mais espaços de lazer e convivência e a acessibilidade mesmo neste projeto ainda não foi contemplada. Somente com as novas construções é que melhorias puderam ser observadas”.
Conforme a Coordenadora do Curso de Arquitetura e Urbanismo da FACC – Faculdade Concórdia, Professora Mestre Mônica Mater Lanziotti, esses projetos auxiliam na formação dos acadêmicos. “No curso de Arquitetura e Urbanismo, a proposição de projetos e pesquisas voltados ao bem estar dos utilizadores dos espaços públicos é uma realidade. O envolvimento nessas atividades aproxima a teoria e/ou prática aplicada em sala de aula, com a realidade observada no dinamismo das cidades. O desenvolvimento de projetos de pesquisa, como o desenvolvido pela acadêmica Maiara Trojan, reforça a importância do papel do profissional da área da Arquitetura e Urbanismo na construção de espaços edificados e cenários urbanos atrativos, que possibilitem a inserção social, através da adaptação dos mesmos a acessibilidade universal”.
A aposentada, Sandra Mara Anzanello Pires, conta a partir de que momento passou a valorizar a acessibilidade nos locais onde frequentava. “Eu era enfermeira do ESF de São Cristóvão quando tive um mau súbito e ao passar por um processo de cateterismo, fui diagnosticada com problemas nas artérias. Foi feito uma revascularização cardíaca e logo após a cirurgia entrei em coma. Em oito dias havia perdido o movimento das pernas. Fiquei nove meses na cadeira de rodas”.
A enfermeira conta como enfrentou o problema. “Eu sentia a falta de adaptação em muitos lugares que ia, mas como muitos que tem o mesmo problema, me calava pra não dar trabalho para os outros. Hoje, três anos depois, caminho com ajuda de outras pessoas, tateando a parede, pois, ainda não firmo bem as pernas. Nunca mais tinha vindo ao Parque de Exposições e agora vejo que ele está todo adaptado. Gostei das modificações e agora acho que vou conseguir vir assistir ao show do Padre Alessandro Campos”.
MELHORIAS
Maiara conta que ao longo da pesquisa verificou que muitas melhorias foram feitas no Parque. “O Centro de Eventos, por exemplo, têm banheiros adaptados, rampa de acesso nas arquibancadas e elevador. A arquitetura é isso, não só a beleza da obra, mas o bem estar das pessoas que vão utilizar o local”.