A Chapecoense começou a pagar as indenizações aos familiares dos 19 jogadores mortos na queda do voo 2933 da LaMia, em 29 de novembro, nos arredores de Medellín. O dinheiro está sendo liberado diretamente às famílias de cada atleta, através de uma apólice de seguro adicional mantida pelo clube que dá direito ao pagamento de valor equivalente a 14 salários de cada uma das vítimas que jogava na equipe. O valor total gira na casa dos R$ 20 milhões, informou o vice-presidente jurídico do clube, Luiz Antônio Palaoro.
– Não é coisa oficial, mas dá em torno de R$ 20 milhões, pelo que consta. Eu não sei se realmente é verdadeiro esse valor, mas o que disseram foi isso, porque todos os atletas da Associação Chapecoense são beneficiados. Aqueles que ficaram vivos não vão receber, mas estão dentro da apólice – explicou.
A contratação da apólice de seguro está em acordo com o artigo 45 da Lei Pelé, o qual expõe que as entidades de prática desportiva são obrigadas a contratar seguro de vida e de acidentes pessoais a todos os jogadores contratados.
Diante de tantos gastos, que vão do custo com o translado e funerais das vítimas passando por toda a remontagem de elenco e comissão técnica, a Chape vê o saldo bancário minguar. Se o clube está no vermelho, o presidente Ivan Tozzo é rápido:
– O caixa ainda não está no vermelho, ainda não. Mas posso confessar que gastamos bastante. Nosso saldo no banco está indo embora, mas estamos cumprindo nossas obrigações de apoio aos familiares das vítimas. É um direito deles – afirma Tozzo.
Outro seguro que será pago aos familiares é o da apólice da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Nesta semana, funcionários da seguradora da instituição viajaram a Chapecó para recolher dados das famílias. O valor é de 12 vezes o salário anual do atleta, com teto de R$ 1,2 milhão, segundo informações da assessoria da confederação.
– Então, o nosso seguro e o da CBF equivalem a dois anos e dois meses de salários, incluído o décimo terceiro – acrescenta Luiz Antônio Palaoro.
Sobreviventes
Os médicos que cuidam do goleiro Jackson Follmann, um dos sobreviventes do acidente com o avião da Chapecoense, ocorrido na semana passada, ampliaram a amputação da perna direita do atleta em três centímetros nesta quarta-feira, segundo a assessoria de imprensa do Hospital San Vicente.
A cirurgia foi feita pelo ortopedista Marcos André Sonagli, do clube catarinense, na clínica de Rionegro, a 30 quilômetros de Medellín.
A operação se mostrou necessária porque, segundo o médico, havia uma área necrosada na região onde foi feita a primeira amputação. Follmann continua na UTI, mas se recupera bem.
O jornalista Rafael Henzel, outro ferido no desastre, também passou por nova cirurgia em seu pé direito para reduzir uma luxação.
Em condição mais crítica, o zagueiro Neto também foi levado ao centro cirúrgico nesta quarta para fazer um curativo na perna esquerda.
Os três continuam internados na UTI, mas apenas Neto ainda respira com a ajuda aparelhos.
Na última terça, o lateral Alan Ruschel deixou a unidade de terapia intensiva e foi levado a um quarto. Ele, que precisou fazer uma cirurgia na coluna, é o que se recupera mais rápido. Nesta quarta, o hospital divulgou vídeo em que o jogador aparece caminhando com a ajuda de Sonagli e agradece às mensagens de apoio.
– Alô, pessoal do Brasil e do mundo inteiro, ligado em minha recuperação, aqui é o Alan Ruschel. Queria falar para vocês que estou me recuperando muito bem. Logo, logo estarei no Brasil para terminar minha recuperação. Queria agradecer a todos pela força dada e pelos votos de carinho. Só queria agradecer a todo mundo. Muito obrigado – disse Ruschel.