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Filha de Attilio Fontana faz homenagem para Concórdia


Terezinha Fontana diz ter sido muito feliz como nunca jamais foi em outro lugar

Por Simone Vieira
29/07/2020 às 12h00 | Atualizada em 29/07/2020 - 21h04
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Maria Terezinha Fontana dos Reis ou simplesmente Terezinha Fontana como gosta de ser chamada, é uma figura muito carismática. A psicóloga, escritora, pintora e escultora, aos 85 anos mora em São Paulo, na companhia dos filhos (Sérgio, Omar e Simone) além dos nove netos. É a 5ª filha do fundador da antiga Sadia (Atual BRF), Attilio Fontana. 

Por manter laços de amizade com pessoas daqui que como ela mesma descreve, “foram muito leais” aos seus familiares, por intermédio de um dos sócios de nossas emissoras, o empresário, Alberto Stringhini, em uma entrevista muito bem-humorada em mais um especial no aniversário de Concórdia, fez questão de expressar seu amor pela cidade de Concórdia. 

Reportagem: Dona Terezinha qual o sentimento que a senhora nutre pela cidade de Concórdia? 

TF: A cidade de Concórdia me traz lembranças muito boas. Eu fui muito feliz nessa cidade. Como nunca fui e acho que jamais serei em outro lugar. Pra minha família foi uma grande oportunidade de vida, de crescimento. Meu pai respeitava muito o trabalho. Isso eu aprendi com ele e isso veio de Concórdia. 

Reportagem: Quantos anos a senhora tinha quando veio morar em Concórdia? 

TF: Quando tinha 9 anos eu fui com meu pai para Concórdia. Quando meu pai tinha 44 anos, já tinha fama de ser um ótimo administrador. Por isso, foi convidado para ir à Concórdia, uma cidade a oitenta quilômetros de onde morávamos, que era Luzerna e eu fui junto com ele. Nós éramos em 5 filhos, (4 do primeiro casamento onde a esposa do meu pai morreu muito nova, com uma doença que hoje seria facilmente curada e eu do segundo casamento, minha mãe também morreu muito nova de Hanseníase, aos 29 anos, então eu fui criada pela minha avó paterna), meu pai foi mãe e pai ao mesmo tempo, ele ficou viúvo duas vezes, com filhos pequenos pra criar. Na época, em Concórdia, tinha uma pequena indústria frigorífica e um pequeno moinho. Se chamava S.A. Indústria e Comércio Concórdia e estava ameaçada de falência. Meu pai foi convidado pra ser gerente-administrador e não aceitou a proposta. Estava acostumado a trabalhar por conta própria e não ia administrar uma empresa ameaçada de falência. Ele fez uma contraproposta e disse que aceitaria formar um grupo de sua confiança e comprar 51% das ações e dessa forma teria mais poder pra fazer o que era necessário. Os sócios não aceitaram e ele voltou pra Luzerna. Um tempo depois eles chamaram meu pai e aceitaram a proposta dele. 

Reportagem:  E como foi essa mudança?

TF: No começo foi muito difícil, a Sadia não tinha técnicos, eram pessoas dalí mesmo, que faziam banha em casa. Depois meu pai chamou meu primo, o Victor Fontana, formado em química industrial,  que foi um grande administrador na Sadia. Meu pai acreditava muito na ciência, ao contrário do senhor Bolsonaro que não acredita, ele só tinha o terceiro ano primário, mas tinha uma cabeça excepcional, inteligente. Ele achou que tinha uma dívida com Concórdia, ele foi ser prefeito, ele nunca aceitou a remuneração, porque ele já estava bem de vida. Minha homenagem é ao meu pai e à Concórdia, mas pra mim os dois são a mesma coisa. 

Reportagem: O que se lembra de Concórdia naquela época? 

TF: Concórdia tinha 5 ou 6 mil habitantes quando nós mudamos pra lá, não tem nem como comparar agora. Tenho muitas saudades, talvez o pedaço mais feliz da minha vida. Tive uma infância muito infeliz, quando meu pai fez aquela casa (hoje MAF) me senti gente. 

Reportagem: Já retornou alguma vez para concórdia? 

TF:  quero retornar sim, visitar os amigos. Uma pessoa que estimo muitíssimo aí em Concórdia é a dona Gládis Rigon e o finado esposo dela Dr. Olavo. Ela é muito querida. 

Acompanhe mais da entrevista no áudio abaixo. 


Confira o áudio:







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