NOTÍCIAS



Agropecuária

Depois de quedas seguidas no preço do suíno pago ao produtor, setor tem duas altas no valor


Preço está em R$ 5,90, mas situação ainda é ruim, conforme ACCS.

Por Luan de Bortoli
13/05/2021 às 06h30 | Atualizada em 13/05/2021 - 07h43
Compartilhar


Depois de uma sequência de quedas no início de 2021, que resultou na diminuição de quase um real no preço do quilo do suíno vivo pago ao produtor rural, o setor suinícola vive dias de alento com alta no valor. Entre o fim de abril e início de maio (dias 20 e 4), o preço pago ao suinocultor teve dois aumentos de dez centavos cada, e agora está em R$ 5,90.

A alta dá um respiro para os produtores, depois de o preço ter caído ate R$ 5,70, contra os R$ 6,40 que eram praticados até o fim do ano passado. Somente nos primeiros três meses deste ano, o valor havia reduzido 70 centavos, o que deixou o setor em alerta, já que o ano de 2020 havia sido marcado por altas e preços históricos.

Os suinocultores comemoram o reajuste positivo no valor pago ao produtor, conforme confirmado pela Cooper Central Aurora. Mas o presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivânio de Lorenzi, analisa que o cenário ainda não é otimista e o produtor segue não tendo lucro na produção, especialmente por conta de insumos.

“Isso sempre traz uma esperança a mais, que seja um ano promissor. Mas é preocupante quando a gente olha o custo de produção. Um aumento forte em todos os insumos, com o dólar alto que está, e isso prejudica a lucratividade. E temos no milho uma preocupação pelo fato de que 80% do que se usa na ração é esse cereal, e hoje está chegando a R$ 110 a saca, mostrando que aquilo que estamos recebendo não paga mais a conta”, comenta.

Se a situação é ruim no mercado integrado, ela se torna ainda pior no independente, conforme Lorenzi. O presidente da ACCS explica que para este produtor, a comercialização já chegou a quase R$ 10 no fim do ano passado, e nestes primeiros meses de 2020 já caiu para menos de R$ 7,00. Com isso, aumenta a chance de desistência de produção por parte dos independentes.

“Nós não temos como atender melhor, porque o governo, que tinha na CONAB um regulador de mercado, hoje já não faz mais esse papel. Não tem mais milho para regular o mercado. E ada vez mais preocupa por conta das intempéries, onde vemos safras sendo perdidas. O governo tirou taxa de importação fora do Mercosul, mas no Mercosul, que solicitamos, onde poderíamos importar milho, não conseguimos. O que faz com que se corra risco de desistência, especialmente nesses produtores menores”, destaca ele.

O presidente termina a análise reiterando que este problema que atinge o setor é mais resultado da demanda interna do que externa. O consumo dentro do país ainda está aquém do ideal, enquanto que as exportações, de acordo com Lorenzi, seguem dentro das expectativas.


 




SEJA O PRIMEIRO A COMENTAR




VEJA TAMBÉM