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Agricultura

Alta dos custos e estiagem preocupam Agronegócio em 2022

Presidente da Cooperativa Saborense aposta no Cooperativismo para superar as incertezas no setor.

Por Rafael Martini
07/03/2022 às 06h20 | Atualizada em 07/03/2022 - 08h10

Wolmir de Souza, presidente da Cooperativa Saborense - FOTO: Marco Cezar NSC/Divulgação.

Considerado o setor que lidera a retomada econômica no Brasil, o Agronegócio inicia o ano de 2022 com a perspectiva de crescimento de 5% até o final do ano, segundo um estudo publicado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Em razão disso, o PIB deve ser impulsionado pela expansão do mercado agrícola.

Em Santa Catarina, o setor também tem se destacado, principalmente no ramo da agropecuária, com números expressivos nas exportações de carnes de frangos e suínos. Mas, no decorrer dos últimos meses, os altos custos de produção tem preocupado os produtores rurais. Apesas de o país ter registrado números recordes em exportações, os produtores não conseguiram obter lucratividade.

De acordo com o presidente da Cooperativa de Produção e Consumo Saborense, Wolmir de Sousa, o agronegócio começa o ano com muitas incertezas em diversos aspectos.

"De maneira geral, falar do agronegócio em todos os níveis de abrangência é bastante complexo. Estamos acompanhando e ainda vivenciando a estiagem, que há anos assola nossa grande região. Por maior que sejam as políticas públicas que, poderão ser disponibilizadas aos produtores, pouco resolve, pois, os produtores precisam de milho e soja para alimentar, gado, suíno e frango. Os animais precisam de insumos e não de políticas públicas.", lamenta.

Apesar da expectativa de crescimento para o ano de 2022, o presidente da Saborense acredita em um cenário complexo e inseguro para o setor. "Teremos momentos de insegurança, mesmo se houver uma crescente nos preços dos produtos a pagar para os produtores. Porém, os custos de produção continuam altos. Queremos falar em políticas de agronegócio com rentabilidade e não com volume de negócios", explica.

"Hoje, a nossa maior dificuldade é apresentar lucratividade. Nós temos instabilidade nos insumos, aumento dos custos logísticos, e, tudo isso, nos traz inseguranças tremendas. O momento crítico que vivenciamos nos faz repensar nossa forma de agir. Precisamos criar mecanismos diferenciados.", relata.

"No momento se destaca o Cooperativismo e Associativismo, a forma de pensar, políticas de maneira coletiva. Não podemos pensar de maneira individual, achar que somos exclusivos. Precisamos pensar em uma cadeia produtiva em que as soluções só virão através de políticas públicas voltadas ao coletivo e não pelo individual", finaliza.

Composta por 40 agroindústrias de todas as regiões do estado, a cooperativa tem uma proposta de unir forças de pequenas empresas, resultado de um projeto que teve o apoio da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), SENAI e Sebrae. A Cooperativa de Produção e Consumo Saborense tem por objetivo centralizar as vendas das indústrias associadas ao projeto de marca coletiva.

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