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Agropecuária

Presidente da ACCS avalia reajuste anunciado pela Aurora

De acordo com Losivanio, valor está longe de uma remuneração justa a ser paga ao produtor.

Por Rafael Martini
07/07/2022 às 06h20 | Atualizada em 07/07/2022 - 08h11

FOTO: ACCS/Divulgação

Nesta terça-feira (05), a Cooperativa Central Aurora Alimentos anunciou um reajuste de R$0,10 no preço do quilo do suíno vivo. Com o reajuste, o valor do suíno terminado que era de R$5,10 passou para R$5,20 e leitões com base entre 8 e 22 kg de R$5,20 para 5,30.

Apesar do acréscimo, na avaliação do presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio Luiz de Lorenzi, o valor longe de resolver as dificuldades que o setor atravessa.

"É claro que é uma boa notícia, mas longe ainda daquilo que precisa para que o produtor tenha uma remuneração justa na sua atividade, por toda a responsabilidade, por todos os investimentos que tem, além do risco, porque trabalhar com animal vivo, cada um que morre na propriedade é prejuízo. Por isso, tem que ter um cuidado muito intenso para que possa comercializar esses animais e chegar ao seu destino e que possa o produtor então ter a remuneração dentro das atividades", avalia.

Losivanio lembra que nos últimos meses o preço do quilo do suíno vivo pago ao produtor sofreu constantes quedas, mas que o momento atual é diferente e, com a expectativa de reabertura do mercado, o presidente da ACCS acredita que as dificuldades possam ser amenizadas.

"Para se ter uma ideia como estava o preço no início do ano, em janeiro, o suíno terminado estava R$ 5,70 e leitões de 8 e 22 kg R$ 5,80 e, quando foi na segunda semana de fevereiro chegou a R$5,10 no suíno terminado e R$5,20 no leitão de 8 e 22 kg. Diante disso, percebemos o quanto tempo nós produtores estamos sofrendo, amargando essa crise dentro da atividade. É um momento diferente, de agora em diante, porque a indústria só reajusta o preço quando ela tem a certeza que o mercado vai reagir, e nós acreditamos muito que essa abertura do mercado do Canadá vai ajudar a resolver parte desse problema", pontua.

Conforme as projeções do mercado, a safra de grãos tende a ser recorde este ano. Consequentemente, o preço dos insumos tendem a cair e o custo de produção por suíno pode baixar, pois atualmente chega a R$8,00 por unidade, amargando prejuízo ao produtor, como explica Losivanio.

"A previsão de que teremos um ano onde a safra vai ser realmente um recorde vai fazer com que os preços dos grãos tenham queda, para que o produtor de proteína animal possa ter também uma diminuição do custo de produção e, consequentemente, uma melhora na lucratividade. Hoje nós temos um custo de R$ 8,00 e nós estamos comercializando o suíno terminado em torno de R$ 6,00 e R$ 6,40, dependendo da região", explica.

Maior produtor e exportador de carne suína do país, Santa Catarina possui 500 propriedades autônomas, que juntas contam com cerca de 75 mil matrizes de ciclo completo, aquelas sem vínculos com cooperativas e empresas integradoras. Esses produtores independentes estão acumulando seguidas perdas desde o primeiro trimestre do ano passado.

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