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Saúde

Agosto Branco


Conscientização e prevenção contra o Câncer de Pulmão

Por Simone Vieira
06/08/2022 às 06h30 | Atualizada em 08/08/2022 - 08h48
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É quase impossível não relacionar o Câncer de Pulmão ao Tabagismo. O mês de agosto também é lembrado como o mês de conscientização e prevenção contra o Câncer de Pulmão. Conforme o Cirurgião Torácico do Ambulatório de Especialidades do Hospital São Francisco, Dr. Giancarlo Maruri Munaretto, o assunto ganha ainda mais repercussão quando citadas algumas práticas muito comuns como os Narguilés e Cigarros Eletrônicos. 

Médico há 18 anos, com cinco anos dedicados a Especialização em Cirurgia Geral com ênfase em Oncologia Torácica e Vídeo Cirurgia Torácica, também com especialização em Toronto no Canadá, o profissional destaca que essa campanha surgiu por iniciativa da Sociedade Europeia de Respirologia. 

O objetivo é trabalhar a conscientização, tratamento e prevenção contra essa doença. “É de extrema importância que tenhamos em mente a gravidade dessa doença. É a forma de câncer de mais mata no mundo. Se estima que são feitos aproximadamente 2 milhões de novos diagnósticos desse câncer no mundo, só no Brasil são 200 mil novos casos por ano. É a neoplasia maligna que mais mata, mais do que o câncer de mama, de intestino e próstata. É uma doença de extrema relevância que precisa ser combatida. E a conscientização é a única forma de buscar o diagnóstico precoce”. 


O principal fator de risco é o Tabagismo, uso do cigarro tradicional, de nicotina, hoje se tem os cigarros eletrônicos também de fator de risco, outros tipos de cigarros como palheiro, cigarro de maconha, charuto, cachimbo, qualquer forma de inalação e qualquer tipo de fumaça é um fator de risco para esse tipo de câncer. 

A grande maioria dos pacientes com câncer de pulmão são assintomáticos. "Só geram sintomas clínicos como tosse, escarro com sangue, emagrecimento, dor nas pernas, perda do apetite, dor torácica, quando o paciente já apresenta a neoplasia em estágio avançado. Através de uma tomografia computadorizada de tórax de baixa dosagem será possível identificar esse tipo de neoplasia. Esse exame é feito para rastreamento de nódulos pulmonares, o que pode levar ao diagnóstico precoce dessa doença. E a partir daí, tem-se as melhores chances de tratamento”, destaca o cirurgião. 

Diágnóstico

O diagnóstico é feito através da coleta de materiais do paciente. "É coletada uma amostra desse tecido para ter certeza de que se trata de um câncer de pulmão. Nódulos pulmonares podem não ser câncer, mas é obrigatória a punção, uma broncoscopia e em últimos casos uma pequena cirurgia para obtenção de material. Para esse exame e na medida que se obtém esse material, precisamos saber qual a extensão da doença, o estadiamento, até onde esse câncer foi, sendo uma doença localizada no pulmão, são feitas cirurgias minimamente invasivas, por videotoroscopia com uso de pequenas incisões em locais específicos e que tem um nível de resolução muito alto, com chances de cura de aproximadamente 95% em pacientes diagnosticados precocemente, sem metástases". 

O médico oriente fortemente a distância de todo e qualquer tipo de substâncias que possam ser inaladas. "É a principal medida para evitar o câncer. O paciente que não consegue evitar, não consegue largar o vício, deve ter em mente que precisa realizar uma tomografia computadorizada de baixa dosagem, a partir de uma consulta médica pormenorizada, com uma boa anamnese, exame físico, se identifica quais os pacientes que verdadeiramente se beneficiam da realização do exame complementar para rastreio do câncer de pulmão. Abandonando o tabagismo, mantendo consultas regulares, se obtém as maiores chances possíveis de diagnóstico precoce e cura desse tipo de câncer", destaca Dr. Munaretto. 

Fumantes Passivos

Conforme publicação do Instituto Nacional do Câncer, no Brasil, de 2008 para 2019, 28 milhões a mais de pessoas estavam protegidas do fumo passivo dentro de casa. “É provável que o fortalecimento da legislação antifumo no Brasil esteja associado à redução no tabagismo passivo nos domicílios”, explica um dos autores da pesquisa, André Szklo, da Coordenação de Prevenção e Vigilância do INCA.

A fumaça do tabaco contém mais de 7 mil substâncias químicas e, no mínimo, 69 delas provocam câncer. A exposição involuntária de adultos por longos períodos a esses compostos pode ocasionar desde reações alérgicas em curto prazo, até infarto agudo do miocárdio, câncer do pulmão e doença pulmonar obstrutiva crônica. As estimativas atuais sugerem que, no Brasil, das cerca de 162 mil pessoas que morrem anualmente por conta do tabagismo, aproximadamente 19 mil são vítimas do fumo passivo.


Aumento do Risco

O tabagismo é a principal causa de câncer de pulmão. A exposição à poluição do ar, infecções pulmonares de repetição, doença pulmonar obstrutiva crônica (enfisema pulmonar e bronquite crônica), fatores genéticos e história familiar de câncer de pulmão favorecem ao desenvolvimento desse tipo de câncer.

Idade avançada: a maior parte dos casos afeta pessoas entre 50 e 70 anos.

O risco de ocorrência do câncer de pulmão e de morte pela doença aumenta quanto maior a intensidade da exposição ao tabagismo. A mortalidade por câncer de pulmão entre fumantes é cerca de 15 vezes maior do que entre pessoas que nunca fumaram, enquanto entre ex-fumantes é cerca de quatro vezes maior.

Outros fatores de risco são: exposição ocupacional a agentes químicos ou físicos (asbesto, sílica, urânio, cromo, agentes alquilantes, radônio entre outros), água potável contendo arsênico, altas doses de suplementos de betacaroteno em fumantes e ex-fumantes.

Os trabalhadores rurais, da construção civil, curtume, fundição de metais, indústrias (alumínio, borracha, cimento e gesso, gráfica e papel, têxtil, metalúrgica, metal pesado, nuclear, eletroeletrônicos, aeronaves, aparelhos médicos, vidro; fertilizantes), mineração, fábrica de baterias, produção de pigmentos, bombeiros hidráulicos, encanadores, eletricistas, mecânicos de automóvel, mineiros, pintores, soldadores, sopradores de vidro, trabalho com isolamento, em navios e docas, conservação do couro, limpeza e manutenção podem apresentar risco aumentado de desenvolvimento da doença.

Se o trabalhador exposto a algum dos agentes ou circunstâncias de exposição citados acima também fumar, o risco de câncer pode ser bem maior, devido ao efeito sinérgico entre tabagismo e alguns agentes químicos e/ou físicos.

Doenças pulmonares - pessoas que já tiveram doenças como a tuberculose, por exemplo, têm maiores chances de desenvolver câncer de pulmão.
 
História familiar de câncer de pulmão - o risco de câncer de pulmão é maior para quem tem um parente próximo (como pais ou irmãos) com câncer de pulmão.
 
Poluição - diversas pesquisas apontam que há uma relação direta entre exposição ao ar poluído e incidência de câncer de pulmão. O risco depende dos níveis de poluição do ar a que você está regularmente exposto.
 
Exposição ao gás radônio - esse gás radioativo é produzido pela quebra natural do urânio no solo, na rocha e na água. Eventualmente, se torna parte do ar que você respira. Níveis inseguros de radônio podem se acumular em qualquer prédio, incluindo os residenciais.
 
Exposição ao amianto - a inalação da fibra de amianto no local de trabalho - por exemplo, em atividades de mineração - também pode aumentar o risco de desenvolver câncer de pulmão.






Fontes

https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/noticias/2022/inca-apresenta-dados-sobre-reducao-do-tabagismo-passivo-dentro-de-casa 
https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/cancer/tipos/pulmao
https://www.pfizer.com.br/sua-saude/oncologia/cancer-de-pulmao 
Imagem de Cheryl Holt por Pixabay 
Imagem de 0fjd125gk87 por Pixabay 




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