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Análise

LAERCIO GRIGOLLO: "HISTÓRIAS DO JURUVA"

Por Redação
27/08/2022 às 11h21

Juruva é um amigo lá das Minas Gerais e como bom mineiro, o Juruva é esguio, de pouca conversa e desconfiado, mas é um daqueles sujeitos que em qualquer situação sempre toma uma decisão. Costuma dizer que certa ou errada, uma decisão tomada sempre será melhor do que não decidir nada.... Pois! Caro leitor, o Juruva me ligou um tempo atrás e disse que estava “di bituca”, ou, com algumas dúvidas. Dúvidas do Juruva devem ser uma disgrama mesmo, algo de muito sério permeia aqueles pensamentos costumeiramente convictos.

Juruva, sempre de poucas palavras, me confidenciava grandes dúvidas sobre em qual candidato votar para presidente do Brasil... Eu tentei aliviar o sofrimento do meu amigo e lhe sugeri uma técnica: tentar escrever num caderno os pontos positivos e pontos negativos de cada um, procurar em fontes seguras sobre as obras de cada um e imagino que isso o ajudará a decidir. Dias depois Juruva volta a me ligar e diz: “as dúvidas aumentaram”!!!! Como assim, meu amigo, você não leu sobre cada um? E com aquele característico ar de desconfiado, Juruva me disse que o perfil dos candidatos “doidimai”, uns foram descartados dos seus partidos, outros são ex-condenados, outros são absolutamente qualquer coisa, e tem até uma espécie da candidatos manoteiros, vacilões.

Tem base um trem desse?... É o mió qui ta tenu?... Penitenciado por ter dado uma técnica de definição ao Juruva que o deixou com mais duvidas, arrisquei um último conselho, que assistisse as entrevistas dos candidatos na TV e fazer uma lista do que cada um tem de excesso e de falta, ou escassez, dessa forma você chegará a uma conclusão com certeza.... Findadas as entrevistas eu já estava ansioso por saber o que teria acontecido na mente confusa do meu amigo, sobre qual deveria ser seu candidato a presidente do Brasil. Na expectativa de que minha sugestão sobre o comparativo dos excessos e faltas de cada candidato teria ajudado, liguei para meu amigo e o encontrei sob forte influência filosófica tentando entender suas observações e anotações feitas durante cada entrevista...

Juruva já me atendeu falando, ele que é de pouca fala, excesso e escassez são sempre fronteiras difíceis de se calcular precisamente nas idiossincrasias de cada um e de cada sociedade, portanto minha dúvida permanece, cadiquê do excesso de mentiras e escassez de verdades faladas nas entrevistas, cadiquê do excesso de promessas e da escassez de projetos concretos, cadiquê do excesso de cinismo e da escassez de vergonha na cara de todos, um monte de bobajada e eu disse pra mim, para di caça increnca e vai trabaiá, ô cambada de gente atoa, cêbesta sô!

Como assim Juruva? Não teve nada de diferente? "Ah neeim uai!", disse ele, "até teve!" Um casal de entrevistadores querendo se aparecer mais do que os candidatos, tem cabimento? Fora as conversa fiada, esse trem custoso ainda me deixou com dúvidas, o excesso e a escassez que tu falou nessa ótica, quer dizer a mesma coisa e assim são essa cambada, tudo lasqueiras! Tão pouco se lixando.

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