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Análise

​"​AS CONTAS DERAM ERRADAS...", por Laercio Grigollo


Na coluna, analista comenta sobre as pesquisas eleitorais.

Por Redação
08/10/2022 às 06h18 | Atualizada em 07/10/2022 - 18h50
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​A falha oculta nunca permanecerá oculta, diz a Lei de Murphy, que é uma máxima sobre a perversidade do universo com aqueles que tratam tudo com descaso e desorganização, especialmente os espertinhos. A chance do pão cair com a manteiga voltada para baixo ou para cima é de 50%, tudo depende de uma série de fatores... Pois, caro leitor! Está encerrado o primeiro tempo das eleições, mas para quem não conseguiu cravar o placar necessário, vem aí o segundo tempo do jogo.

E outra vez, me chamou a atenção, assim como nas eleições de 2018, as pesquisas eleitorais e seus desdobramentos. Eu mesmo já falei que pesquisas refletem o momento em que se realizam e, se forem sérias, são importantes no sentido de servirem como ajustes e correção de rotas estratégicas durante a campanha. Entretanto, eu nunca vi tantas pesquisas e com tantos números diferentes como nessas eleições. O fato é que se houve por alguns institutos a pretensão tendenciosa de influenciar o eleitor, influenciaram, mas também frustraram os candidatos.

Sempre colocado na terceira posição pelas pesquisas, o candidato a presidência Ciro Gomes perdeu a posição para Simone Tebet nas urnas. Já entre os dois principais candidatos a presidência a frustração veio para ambos, do lado do PT com as pesquisas que apontavam a eleição do candidato já no primeiro turno e do lado PL onde o forte movimento nacional considerava a eleição ganha no primeiro turno. Nada de um lado nem de outro, nem os 51% nem os 34%, ninguém previu os 43% de votos para Bolsonaro e ninguém apontou 48% de votos para Lula. Outro fator que eu nunca entendi é a amostragem usada pelos institutos, quase sempre entre 2 a 3 mil brasileiros, de 156 milhões de eleitores e com essa ínfima população chegam as conclusões que resultam nos estatísticos divulgados posteriormente pelos meios de comunicação.

Um destes Institutos utiliza amostra menor ainda, de 608 a 1008 pessoas.  A população no Brasil é heterogênea, com importantes diferenças entre o perfil do brasileiro do Sul com o do Nordeste e na mesma lógica com os brasileiros das demais regiões, portanto, para que a amostra pesquisada represente bem essa medição estatística, é preciso uma composição muito bem escolhida que equilibre essa heterogeneidade. Estados com maior população e outros com menor, mulheres, homens, jovens, velhos, religião, condição econômica, pessoas de maior ou menor renda, tudo isso se configura como variáveis a serem  consideradas.

Os principais Institutos de pesquisas do Brasil não passam de uma dúzia, e, verdade seja dita, nenhum deles é independente, todos tem vínculos com grupos, ou são patrocinados por estes, talvez por isso as eleições atuais estão sendo marcadas pela proliferação de pesquisas eleitorais cada uma com sua história, metodologia, financiador e credibilidade.  Como mencionei no início do artigo, agora vem o segundo tempo das eleições e  a chance do pão cair com a manteiga voltada para baixo ou para cima é de 50%, tudo depende de uma série de fatores...

LAERCIO GRIGOLLO -  Privacy and Data Protection Níveis Essentials & Foundation  
CONSULTORIA EMPRESARIAL GRIGOLLO CONSULTING




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