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​AÇÃO E REAÇÃO



Por Ederson Vilas Boas
21/01/2023 às 06h00
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Pois caro amigo leitor, segundo a Lei de Newton, a mudança de movimento é proporcional à força externa. A economia funciona da mesma forma.  O desempenho da economia será diretamente proporcional à força que a impulsionar. Quanto mais significativas e eficazes forem ás mudanças da política econômica, mais rápida e efetiva pode ser a recuperação, entretanto, economistas esperam por uma resseção nesse ano e com um forte consenso entre eles de que o crescimento da economia em várias partes do mundo será fraco, especialmente na Europa.  Enquanto isso no cenário brasileiro sobe a projeção da Selic, saindo de 12,25 para 12,50% conforme relatório do banco central que também prevê redução de alta no PIB do ano.  A média nas projeções do mercado para o crescimento da economia brasileira em 2023 caiu de 0,78 para 0,77% e as estimativas para a inflação subiram de 5,36 para 5,39%. A meta oficial para a inflação total nesse ano é de 3,25% porém, segundo o relatório, a previsão é de que a inflação seguirá sendo calculada na casa de 3,70%. Por outro lado, nas reações ao mercado, quem continuará “indo bem” no Brasil nesse ano é a Petrobrás. A petrolífera alcançou o posto de maior pagadora de dividendos do mundo no segundo trimestre do ano passado, de acordo com o Índice Global de Dividendos da gestora Janus Henderson. A empresa brasileira distribuiu 9,7 bilhões de dólares em proventos, superando gigantes globais como a Nestlé, a Allianz e a Microsoft. Em 2021, a companhia já havia distribuído o equivalente a 1 bilhão de dólares  em dividendos.  A maior fatia desses dividendos da Petrobrás é do governo brasileiro  que na composição acionária tem um percentual na casa de 28.7%, resultando em generosas cifras arrecadadas. Acrescento nessas receitas ao governo brasileiro a soma de 2.8 trilhões de reais em impostos arrecadados ano passado com a meta para 2023 de superar esse valor e se considerar que estamos com 20 dias passados desse novo ano e os valores arrecadados totalizam  180 bilhões, presume-se outra fonte certa de generosas receitas para o governo que vem se consolidando.  Neste cenário de ações e reações da economia é importante destacar que sendo as previsões para 2023 um tanto desfavoráveis, diante das contas públicas brasileiras o governo tem inúmeros motivos para incentivar essa distribuição generosa de dividendos na estatal petrolífera bem como nos reajustes de impostos, formas de aumentar sua arrecadação. Além do mais a fatia de lucro abocanhada é imprescindível para chegar a um superávit primário das contas públicas onde o custo da máquina governamental tem que caber na caixa de receitas. Considerando que a promessa de campanha em que estariam isentos do imposto de renda todos que ganharem até 5 mil reais por mês ao visto não será cumprida nesse ano, com o preço dos combustíveis se mantendo em patamares elevados, com o aumento nos valores de alguns impostos, com a provável volta dos tributos federais sobre os combustíveis,  não é difícil prever que as receitas necessárias para bancar o aumento da dívida pública será alcançada. Afinal é preciso mais dinheiro para pagar a conta da nova estrutura montada e o governo só tem um jeito de arrumar mais dinheiro, tirando do povo. Essa injusta, porém secular prática em aumentar arrecadação pública sacrificando ainda mais a população, me leva a comparar a questão com outra lei de Newton, onde  afirma que toda a ação corresponde a uma reação de igual intensidade, mas que atua no sentido oposto.

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