NOTÍCIAS



Especial

​O COMÉRCIO DE SERES HUMANOS


Laércio Grigolo

Por Ederson Vilas Boas
13/05/2023 às 06h00 | Atualizada em 14/05/2023 - 07h56
Compartilhar

Meu amigo leitor, o tema de hoje não é muito comum ao nosso dia a dia, embora esteja se consolidando nessa rotina. O tema deste artigo é na verdade uma situação ilícita das mais cruéis e condenáveis, trata-se do obscuro submundo do crime e da condição mais perversa a que é submetido o ser humano, o tráfico humano, uma das atividades ilegais que mais se expandiu nesse século. A prática chama atenção por desrespeitar os direitos humanos, por ser de extrema crueldade com as vítimas e de incalculável dor para os familiares,  independente do objetivo do tráfico.  O comércio de seres humanos tornou-se a prática criminosa mais rentável para as quadrilhas atuantes.
Digo isso caro leitor para comentar a respeito da recente ação que ocorreu  aqui em nosso estado, do aliciamento de uma mãe solteira coagida ainda na gravidez até que conseguiram o sequestro da criança, posteriormente por uma denuncia, os criminosos foram presos em São Paulo e por fim o resgate dessa criança sequestrada, que voltou para os cuidados da família.  Porém, raras vezes o final de um sequestro de pessoas no tráfico humano é feliz para o lado da vítima e sua família. 
Segundo o relatório Global sobre o tráfico humano, o Brasil não cumpre os critérios mínimos para a erradicação desse crime hediondo, mas está fazendo significativos esforços para fazê-lo. Boa parte de nossas autoridades demonstram ter conhecimento falho sobre o crime de tráfico de pessoas, deixando as vítimas vulneráveis serem penalizadas por atos ilícitos que seus traficantes as obrigam a cometer. O relatório chega a recomendar priorização para a polícia brasileira em investigar de maneira contundente, acusar e condenar os casos de tráfico sexual, inclusive de turismo sexual infantil, aumentar os esforços para identificar as vítimas do tráfico de pessoas de forma proativa, fornecer abrigo e assistência especializada para vítimas, ampliar o enfrentamento policial aos traficantes de pessoas, principalmente no Mato Grosso do Sul, Piauí, Rondônia, Roraima e Santa Catarina e  condenar as autoridades coniventes com o crime.  
Conforme reportado ao longo dos últimos cinco anos, os traficantes de pessoas exploram suas vítimas, mulheres e crianças, aqui no Brasil e noutros países sul-americanos, especialmente do Paraguai, para o sexo no Brasil.  Por outro lado, quadrilhas organizadas tem aliciado das mais diversas formas,  mulheres e meninas ao tráfico sexual especialmente nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.   Em relação ao perfil do traficado,  o relatório mostra que entre as mulheres, 83% são traficadas com fins de exploração sexual, 13% para trabalho forçado e 4% para outras finalidades. Já entre os homens, 82% são traficados para trabalhos forçados, 10% com fins de exploração sexual, 1% para remoção de órgãos e 7% para outros objetivos. O tráfico humano movimenta, de acordo com o Relatório Global, mais de 30 bilhões de dólares anualmente. Ou seja, o crime é totalmente lucrativo e por enquanto, aqui no Brasil, meio largado aos olhos da lei que deveria ser implacável nesses casos cruéis para muitos desgraçados que caem na teia dessas quadrilhas. 

LAERCIO GRIGOLLO -  Privacy and Data Protection Níveis Essentials & Foundation  
CONSULTORIA EMPRESARIAL GRIGOLLO CONSULTING




SEJA O PRIMEIRO A COMENTAR




VEJA TAMBÉM